26 suspeitos foram indiciados por tráfico de armas, lavagem de dinheiro e peculato; operação apreendeu mais de 80 armas e 12 mil munições em três estados.
A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado ( Ficco ) concluiu, nesta quarta-feira ( 15/10 ), o inquérito que desarticulou uma organização criminosa responsável por fornecer armas de fogo, munições e coletes balísticos a facções da região de Governador Valadares, no Vale do Rio Doce.
Ao todo, 26 suspeitos foram indiciados por crimes como integração a organização criminosa armada, comércio ilegal de armas, lavagem de dinheiro e peculato. Segundo os delegados Rodrigo Nalon e Arnaldo Carrara, que coordenaram as investigações, o trabalho representa um marco no enfrentamento ao crime organizado na região.
“O comércio ilegal de armas alimenta o tráfico de drogas e a violência. Nosso objetivo é enfraquecer essas redes e reduzir os índices de criminalidade”, destacaram.
As apurações começaram após a operação Muro de Ferro, deflagrada em fevereiro deste ano. Na ocasião, dois homens — de 31 e 40 anos — foram presos, e os agentes apreenderam cinco armas de fogo, mais de 500 munições e R$ 16,5 mil em dinheiro.
Durante a operação, também foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão. Entre os itens recolhidos, chamou atenção uma pistola calibre .45 com o brasão do Exército Brasileiro, além de nove celulares e uma porção de maconha.
A investigação revelou que o grupo atuava de forma estruturada, fornecendo armamentos tanto a facções criminosas quanto a civis, incluindo CACs ( Colecionadores, Atiradores e Caçadores ) que adquiriam armas fora dos parâmetros legais.
O aprofundamento das investigações levou à operação Senhores da Guerra, deflagrada em 18 de agosto. A ação teve como objetivo desmantelar o tráfico ilegal de armas, munições e coletes balísticos operado pelo grupo.
Foram cumpridos mandados de prisão e busca e apreensão em Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo. O balanço da operação aponta para a apreensão de mais de 80 armas de fogo, 12 mil munições e o cumprimento de quatro mandados de prisão preventiva, seis temporárias e 15 prisões em flagrante.
As investigações também descobriram a fabricação clandestina de dispositivos que aumentavam a letalidade de fuzis, transformando-os em armas de rajada, o que ampliava o poder de fogo das facções.
A Ficco Minas Gerais é coordenada pela Polícia Federal e reúne as polícias Civil, Militar e Penal, além da Secretaria Nacional de Políticas Penais ( Senappen ). A integração das forças tem sido apontada como essencial para o enfrentamento do crime organizado em Minas e em outros estados.