Instituição nega falhas no atendimento e afirma que jovem chegou à UPA já sem vida
A Sociedade Beneficência Bom Samaritano, responsável pela administração da UPA do bairro Vila Isa, em Governador Valadares, se manifestou pela primeira vez sobre a denúncia do Ministério Público de Minas Gerais ( MPMG ) que envolve a morte de Thainara Vitória Francisco Santos, de 18 anos.
A jovem morreu em novembro de 2024, após uma abordagem da Polícia Militar no bairro Vila dos Montes.
Segundo o MPMG, Thainara chegou à unidade em parada cardiorrespiratória e não recebeu tentativas de reanimação da equipe médica.
A denúncia, apresentada no início de outubro, acusa cinco profissionais de saúde — um médico, duas enfermeiras e duas técnicas de enfermagem — de homicídio por omissão de socorro.
O diretor-técnico da Beneficência Social Bom Samaritano, Alessandro Ferraz, afirmou que Thainara chegou à UPA já em óbito. Ele destacou que o atendimento foi imediato e seguiu os protocolos médicos.
“A paciente foi atendida pela equipe da UPA. No relatório médico consta que ela chegou sem pulso, sem batimentos cardíacos, sem respiração e com midríase nas pupilas — sinais de morte.
Recebeu todos os atendimentos devidos, conforme as normas médicas, de forma rápida e por um profissional experiente”, declarou Ferraz.
O diretor também afirmou que a instituição recebeu a denúncia com surpresa e que prestará apoio jurídico aos profissionais citados.
“Já existia laudo do IML apontando a causa do óbito. Sempre agimos com transparência e abrimos uma Comissão Técnica e Clínica para analisar o caso. Um relatório será concluído nos próximos dias, e nossa Comissão de Ética Médica também foi acionada para avaliar os fatos”, acrescentou.
Para o MPMG, os profissionais da UPA foram omissos no atendimento. O órgão afirma que, apesar de Thainara ter chegado em parada cardiorrespiratória, havia sinais clínicos que justificavam manobras de ressuscitação, o que não teria ocorrido.
De acordo com a denúncia, a jovem permaneceu por mais de uma hora na unidade — desde a triagem até a sala de emergência — sem receber procedimentos de reanimação. O óbito foi constatado às 22h14, após a realização de um eletrocardiograma.
Um parecer técnico da Central de Apoio Técnico do MP concluiu que a falta de ação médica foi determinante para a morte da paciente.
Com informações do g1 Vales