A Justiça determinou que o Estado de Minas Gerais pague pensão à filha de Thainara Vitória Francisco Santos, de 18 anos, que morreu enquanto era conduzida em uma viatura da Polícia Militar em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, em novembro do ano passado.

A criança, de 5 anos, tem nanismo e, segundo os advogados da família, o pedido é para que a pensão seja paga até que ela complete 25 anos.

Thainara morreu após uma abordagem policial dentro de casa, ao tentar defender o irmão, que é autista.

A mãe da jovem, Juciléia dos Santos da Cruz, de 46 anos, afirma que tanto Thainara quanto o irmão foram agredidos pelos policiais.

Segundo ela, o filho — que faz parte do espectro autista — reagiu à abordagem, foi contido com violência, e Thainara tentou intervir para protegê-lo.

Vizinhos registraram em vídeo o momento da abordagem.

Nas imagens, moradores tentam alertar os policiais de que o jovem é “doente da cabeça” e “não é envolvido com crime”, mas os agentes prosseguem com o uso da força para imobilizar os irmãos.

Em determinado momento, um dos policiais afirma: “É só ele parar de resistir”.

O vídeo mostra que ao menos oito policiais participaram da ação.

Thainara foi algemada e colocada na viatura, mas passou mal no caminho para a UPA do bairro Vila Isa, a menos de 10 minutos do local da abordagem.

Ao chegar à unidade, já estava inconsciente. Um médico foi chamado e constatou o óbito ainda no local.

Segundo o advogado Márcio dos Santos, o laudo do Instituto Médico Legal ( IML ) apontou asfixia mecânica como causa da morte, indicando que Thainara morreu em consequência da “atuação desproporcional e vexatória” da Polícia Militar.