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Médico e enfermeiras são denunciados por homicídio após omissão em socorro na UPA de Valadares

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Cinco profissionais da saúde foram denunciados pelo Ministério Público de Minas Gerais ( MPMG ) por homicídio, acusados de omissão no socorro a Thainara Vitória Francisco Santos, de 18 anos.

A jovem morreu em novembro de 2024, após ser levada à UPA do bairro Vila Isa, em Governador Valadares, em parada cardiorrespiratória.

Segundo o MPMG, nenhum dos profissionais tentou reanimá-la, e essa omissão foi determinante para o óbito.

A denúncia, oferecida na última semana, envolve um médico, duas enfermeiras e duas técnicas de enfermagem.

Conforme o documento, a negligência começou ainda na triagem e se estendeu até a sala de emergência, onde Thainara permaneceu mais de uma hora sem receber manobras de ressuscitação. O óbito foi declarado às 22h14, após a realização de um eletrocardiograma.

De acordo com o Ministério Público, os sinais clínicos da paciente não justificavam a declaração imediata de morte.

Um parecer técnico da Central de Apoio Técnico ( Ceat ) reforçou que havia condições para tentar reanimá-la, e que a ausência de ação foi decisiva para o desfecho fatal.

A promotoria destacou que os profissionais “poderiam e deveriam ter agido para evitar o óbito, e justo essa omissão foi determinante para o resultado morte”.

A denúncia representa uma nova linha de investigação, diferente da versão sustentada pela família.

Thainara foi detida por policiais militares no bairro Vila dos Montes, onde morava, após tentar intervir em uma abordagem ao irmão, de 15 anos, que tem autismo e TDAH.

Segundo a Polícia Militar, a jovem passou mal dentro da viatura — apresentando fraqueza e ânsia de vômito — e por isso foi levada à UPA.

Já a família sustenta que Thainara foi asfixiada por estrangulamento durante a abordagem policial, tese apoiada por um laudo parcial de necropsia apresentado em audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais ( ALMG ).

O documento indicaria sinais de asfixia mecânica, além de hematomas no crânio, escoriações, hemorragias, inchaços e marcas roxas pelo corpo.

O pai da vítima, Reginaldo Santos, relatou que notou ferimentos no rosto e no maxilar da filha durante o velório. Thainara deixou uma filha de 4 anos.

A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar as circunstâncias da morte.

O caso foi encaminhado à promotoria em janeiro de 2025 e, em maio, já estava na fase final de investigação.

A Prefeitura de Governador Valadares informou que soube da denúncia pela imprensa e ressaltou que a UPA é gerida pela Beneficência Social Bom Samaritano, entidade contratada para administrar a unidade.

A administração municipal afirmou estar em contato com a instituição para buscar esclarecimentos e providências.

A Beneficência Social Bom Samaritano declarou que não vai se manifestar até ser notificada oficialmente.

Já o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania ( MDHC ) lamentou a morte da jovem e pediu celeridade e imparcialidade na investigação do caso.

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