Um investigador da Polícia Civil foi condenado a sete anos de prisão em regime semiaberto por importunação sexual contra duas colegas de trabalho em Governador Valadares.
Além da pena, a Justiça determinou sua exoneração, o recolhimento de suas armas e a suspensão do porte de arma.
Segundo a sentença, os crimes ocorreram em momentos distintos.
Entre o fim de 2019 e o início de 2020, ele exibiu uma foto de seu órgão genital ereto para uma das vítimas.
Já em dezembro de 2023, assediou outra colega com comentários de cunho sexual e tentou forçá-la a praticar sexo oral.
As vítimas relataram à Justiça que sofreram constrangimento e medo. Uma delas afirmou ter desenvolvido crises de pânico e ansiedade, necessitando de acompanhamento psicológico.
A defesa do policial informou que vai recorrer da decisão.
O juiz Paulo Victor de França Albuquerque Paes destacou na sentença que o condenado agia de forma premeditada, aproveitando-se do cargo e do ambiente de trabalho para cometer os abusos.
“O modus operandi do réu mostra certa estratégia para a prática das importunações, demonstrando premeditação e utilizando-se de seu cargo e função pública naquela unidade predial, já que esperava a oportunidade de quando as vítimas estavam sozinhas e puxava assunto de conotação sexual”, descreve o magistrado no documento.
Além disso, outras mulheres da mesma delegacia relataram comportamentos semelhantes, reforçando um padrão de assédio por parte do condenado.
A Justiça também determinou a exoneração do policial, considerando sua conduta incompatível com o serviço público.
O juiz ressaltou que a função exige probidade, honestidade e respeito à dignidade humana.
“A manutenção do réu no cargo público representaria um risco à sociedade e à própria instituição policial, além de afrontar os princípios da moralidade e da impessoalidade que regem a Administração Pública”, destacou a decisão.
A sentença ainda pontuou que a perda do cargo é essencial para garantir a credibilidade da Polícia Civil e a confiança da sociedade em seus agentes, além de prevenir novos casos semelhantes.