Cerca de 600 trabalhadores rurais sem terra iniciaram, na manhã de sábado ( 05/04 ), um novo acampamento em Frei Inocêncio, no Vale do Rio Doce.
A mobilização faz parte da Jornada Abril Vermelho, realizada anualmente pelo MST em memória ao massacre de Eldorado dos Carajás, e cobra providências do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária ( Incra ) quanto à destinação de terras improdutivas na região.
Segundo os manifestantes, o objetivo principal é pressionar o Incra a realizar vistorias e adquirir áreas que possam ser destinadas à reforma agrária.
Eles afirmam que há pelo menos três outros acampamentos já consolidados na região, localizados em propriedades da empresa Suzano Celulose, onde famílias vivem há mais de 12 anos.

Outra pauta da mobilização é a reivindicação da regularização da Fazenda Nova Alegria, em Felizburgo, cenário de um massacre que deixou cinco trabalhadores sem terra mortos.
O MST afirma que cerca de 21 anos após o episódio, as famílias do Assentamento Terra Prometida seguem sem resposta do governo quanto ao decreto de desapropriação da área.
Em Frei Inocêncio, o novo acampamento foi erguido de forma pacífica e, segundo os organizadores, não há previsão de desocupação.
O grupo ocupa uma faixa de domínio do DNIT — Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes — e denuncia que diversas terras da região estariam sendo subutilizadas, sem cumprir função social, cobrando um posicionamento efetivo do Incra.